3 de dez. de 2013

Pisa: Brasil continua abaixo da média em matemática, leitura e ciências.

Dados da avaliação internacional da educação básica foram divulgados nesta terça-feira (3) 


 O Brasil continua com desempenho insatisfatório em matemática, leitura e ciências na avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês). Apesar de terem melhorado, os índices obtidos pelo país nos três quesitos estão abaixo da média das nações da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No total, 65 economias foram incluídas no levantamento. O programa avalia estudantes na faixa dos 15 anos — idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países — e é desenvolvido e coordenado pela OCDE. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3/12).

Em matemática, o Brasil passou de 356 para 391 pontos, o que representa o maior ganho em performance de um país desde a última avaliação, em 2003. Mesmo assim o país amarga a 58ª colocação no ranking de países da OCDE e está longe da média geral, que é de 494 pontos. A cidade de Xangai, na China, lidera o ranking, com 613 pontos, seguida por Cingapura (573) e por Hong Kong (561), uma das duas regiões administrativas da República Popular da China.

Cerca de 67% dos estudantes brasileiros têm baixa performance na disciplina, sabem, no máximo, extrair informações relevantes de uma fonte e conseguem usar algoritmos e fórmulas básicas para resolver problemas envolvendo números inteiros.

Um dos dados positivos do estudo é que o Brasil expandiu siginificativamente, entre 2003 e 2012, o acesso ao ensino primário e secundário — ciclos equivalentes à educação básica no Brasil. Essa taxa passou de 65% em 2003 para 78% em 2012. Nesse mesmo período mais de 425 mil estudantes foram matriculados na 7ª série ou mais, um aumento de 18%, o segundo maior registrado no levantamento, atrás apenas da Indonésia. Apesar disso, a repetência ainda preocupa. Mais de um a cada três estudantes de 15 anos (36%) repetiu de ano pelo menos uma vez durante a educação básica. O alto índice está relacionado à falta de proficiência em matemática e é maior entre alunos de baixa renda.

Leitura e ciências

No quesito leitura, os brasileiros ficaram com 410 pontos, enquanto a média geral é de 496 pontos, desempenho comparável a países como Colômbia, Tunísia e Uruguai. Na América Latina, o Brasil perde para Chile, Costa Rica e México. Na avaliação da OCDE, a melhora no desempenho em leitura — que nem chegava aos 400 pontos nos anos 2000 — pode ser totalmente explicada pela evolução econômica, social e cultural dos estudantes do país.

O desempenho dos estudantes brasileiros no Pisa, de 405 pontos, está muito distante da média geral, que é de 501 pontos. Cerca de 61% têm performance baixa nessa disciplina, ou seja, conseguem, no máximo, apresentar explicações científicas que são óbvias.

Fonte: Correio Brasiliense

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