24 de mai. de 2012

O que é a "indústria da seca"?




Indústria da seca” é um termo utilizado para designar a estratégia de alguns políticos que aproveitam a tragédia da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio. O termo começou a ser usado na década de 60 por Antônio Callado que já denunciava no Correio da Manhã os problemas da região do semi-árido brasileiro.

Os problemas sociais no chamado “polígono da seca” são bastante conhecidos por todos, mas nem todos sabem que não precisava ser assim. A seca em si, não é o problema. Países como EUA que cultivam ou plantam em áreas imensas e com sucesso em regiões como a Califórnia, onde chove sete vezes menos do que no polígono da seca brasileira, e Israel, que consegue manter um nível de vida razoável em um deserto (Negev), são provas disso.

A seca é um fenômeno natural periódico que pode ser contornada com o monitoramento do regime de chuvas, implantação de técnicas próprias para regiões com escassez(falta) hídrica ou projetos de irrigação e açudes, além de outras alternativas. Estes últimos, porém, são frequentemente utilizados para encobrir desvios de verbas em projetos superfaturados ou em troca de favores políticos.

Os “industriais da seca” se utilizam da calamidade para conseguir mais verbas, incentivos fiscais, concessões de crédito e perdão de dívidas valendo-se da propaganda de que o povo está morrendo de fome. Enquanto isso, o pouco dos recursos que realmente são empregados na construção de açudes e projetos de irrigação, torna-se inútil quando estes são construídos em propriedades privadas de grandes latifundiários que os usam para fortalecer seu poder ou então, quando por falta de planejamento adequado, se tornam imensas obras ineficazes.

O Açude do Cedro, em Quixadá (CE), é frequentemente utilizado como referência para descrever este tipo de empreendimento da indústria da seca: com capacidade para aproximadamente 126 milhões de m³ de água, foi construído em pedra talhada à mão, com esculturas e barras de ferro importadas, mas que chegou a secar completamente no período de 1930 a 1932, durante um dos piores períodos de seca enfrentados pela região, ou seja, quando mais se precisava dele. Mais uma obra fracassada, na longa história de projetos fracassados da indústria da seca. É claro que hoje a obra constitui um patrimônio histórico e cultural importante, mas é como distribuir talheres de prata para quem não tem o que comer.

E a história se repete. A transposição do Rio São Francisco é um dos pontos principais da campanha do governo atual e é uma questão mais que polêmica. De um lado estão aqueles que defendem que a obra é legítima e poderá acabar com a seca do nordeste (senão todo, pelo menos grande parte dele). E de outro aqueles que defendem que a obra é mais um fruto da indústria da seca e que além de não resolver o problema, ainda pode agravá-lo ao alterar todo regime hídrico da região e pôr em risco um dos patrimônios naturais mais importantes do Brasil colocando em risco a sobrevivência do próprio rio.

Assim a situação segue. Perpetuada antes pelo fenômeno político da chamada “indústria da seca” do que pelo fenômeno natural da “seca” em si, a tragédia que atinge grande parte da região nordeste brasileira e parte da região norte de Minas Gerais costuma ser utilizada (e supervalorizada) para justificar a fome e o subdesenvolvimento econômico e social da região que são, nada mais, do que o reflexo de uma administração duvidosa que faz fracassar qualquer tentativa de reverter este quadro com o intuito de fazer perdurar o modelo de poder vigente.

Fonte: Infoescola.com

13 de mai. de 2012

13 de maio. Abolição de qual escravidão? Por Márcia Susana

Você é capaz de responder esta pergunta? E mais, você é capaz de reconhecer o que a escravidão usurpou de nossos ancestrais?

Felizmente hoje, já podemos ler, assistir e ouvir relatos de pesquisadores sobre os dados estatísticos que circundavam a população negra vítima da escravidão, bem como, os dados estatísticos que revelam a situação sócio-econômica, como podemos falar de forma mais atualizada, da população afrodescendente, da qual você pode julgar não fazer parte.

Saiba meu querido(a) ingênuo(a), você como sujeito real e concreto faz parte dessas estatísticas, excluído de uma educação pública de qualidade, usuário do sistema de saúde ineficaz e ineficiente, por isso busca a educação e a saúde privada, pois bem, você é tão vítima da violência como eu, ou qualquer outro irmão de cor azul, preta, verde, cinza, amarelo, vermelho.

Diante da suprema cegueira que nos adoece, ouso convidá-lo(a) a enxergar quem são as reais vítimas dessa exclusão. Responda-me, quem diariamente é violentado em seus direitos e dignidade, e ainda acredita que não participa de contextos de escravidão. E como se não bastasse a cegueira, quando temos oportunidade, usamos as lentes maniqueístas da superioridade, somos capazes de olhar o outro que é inigualável, único, diverso, e inferiorizá-lo ou supervalorizá-lo alimentando o processo de inversão de valores, quando somos capazes de chamar de “senhor” nossos algozes, aqueles que sem cerimônia ou pudor articulam meios para desviar recursos públicos, espancar mulheres e crianças sentindo-se donos(as) dos mesmos, decidem quem pode ou não viver, e por ouro lado, de forma perversa somos insensíveis e indiferentes aos que honestamente trabalham e constroem essa nação. Há uma identidade em jogo.

Lembro que na minha infância e adolescência estudei que 13 de maio era uma data para enaltecimento da família real portuguesa destacando a benevolência de uma princesa (branca, só podia ser) em favor de pessoas negras que sempre esperaram pela redenção, e lembro que até havia uma imagem da ”bela” senhora nos livros didáticos para assegurar de não esquecermos sua benfeitoria.

Infelizes fomos todos nós ao sermos vítimas de uma educação racista, discriminatória e antidemocrática que insistia em nos condicionar a veneração de uma realeza, uma elite que usurpou durante décadas a credibilidade da resistência e mobilização social. Afinal, no século XIX era cada vez mais crescente o repúdio e lutas contra a escravidão e a revolução era eminente.

Hoje, seguramente posso afirmar que 13 de Maio é uma data para se comemorar a força popular, e a força da mobilização social capaz de modificar uma estrutura social e econômica. Contudo a Lei Imperial nº 3.353 sancionada em 13 de maio de 1888 que extinguia a escravidão no Brasil não extinguiu as relações senhoriais que se consolidavam por meio de práticas autoritárias e relações de dependência da população fragilizada pela negação de condições dignas de sobrevivência.

Não podemos esquecer que deu certo a estratégia de sancionar uma lei para frear as transformações que a revolução implantava na sociedade brasileira, e estruturar formas alternativas de perpetuação do racismo, uma lei que reconhecia o direito, mas não assegurava as condições de sobrevivência a toda população brasileira azul, verde, amarela, branca e preta.

13 de Maio é a data da abolição da escravatura, mas não deve ser da extinção do conhecimento e luta por ações afirmativas que positivam a participação do negro na formação da sociedade brasileira.

 Blog da Marcia Susana

Coisas de mãe...

Se os filhos estão bem alimentados, É ela que se sente satisfeita. Se estão risonhos e felizes, É ela que se pega sorrindo também.

Se estão de roupinha nova, É ela que se sente bonita. Se eles vão bem na escola, Parece que o aproveitamento escolar é dela.

Se arranjam novos amigos, É ela que se sente popular e querida. Se viajam para novos lugares, É ela que curte o passeio, mesmo ficando em casa.

A cada meta que atingem ou troféu que ganham, É ela que curte a sensação de vitória. Passa a gostar de rock, Mesmo que antes não pudesse nem ouvir.

Passa a olhar com simpatia, Os ídolos e os amores de seus filhos. Passa a adorar cachorros, Mesmo que antes só gostasse de gatos.

Desnecessário dizer o que ela sente, Quando alguma coisa dá errado, porque, por tabela, Ela sentirá em dose tripla, Cada tombo, Cada perda, Cada rejeição, Cada fracasso, Cada desapontamento. Tudo isto são...coisas de mãe !

Fonte: mensagenscomamor.com



8 de mai. de 2012

Vem aí a I semana de cultura palmarina. Participem!!

I SEMANA DE CULTURA PALMARINA

A TRAJETÓRIA DO NEGRO E SUA INTEGRAÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA

De 14 a 18 de maio – auditório da 7ª CRE, União dos Palmares – AL

Programação:

14 de maio (segunda–feira)

A Arqueologia do Quilombo dos Palmares

19h - Mesa de abertura

20h - Palestra:Prof. Dr. Scott Joseph Allen - UFPE

21h - Debate

15 de maio (terça-feira)

Da Escravidão em Alagoas às Ações Afirmativas

19h - Mesa de trabalhos

Profa. Ma. Márcia Suzana

Profa. Dra. Clara Suassuna – Neab – UFAL

Prof. Esp. José Roberto Santos Lima

21h - Debates

16 de maio (quarta-feira)

O Quilombo dos Palmares como referência na luta por libertação dos afro-descendentes

19h - Mesa de trabalhos

Profa. Mnda. Dariana Nunes

Prof. Dr. Luiz Sávio de Almeida – UFAL

Prof. Me. Zezito de Araújo – CESMAC

21h - Debates

17 de maio (quinta–feira)

As Religiões de Matriz Africana e Movimento Negro em Alagoas
19h - Mesa de trabalhos
Pai Célio de Iemanjá (Babá Omintoloji)

Profa. Dra. Irinéia Maria Franco - UFAL

Helcias Pereira – Conselheiro Nacional do Conappi
21h - Debates

18 de maio (sexta-feira)
19h - Apresentação Cultural - Grupo INAÊ – Santa Fé (GUESB)

21h - Entrega de certificados
As inscrições podem ser feitas a partir desta segunda-feira, dia 07 de maio, no escritório da Fundação Cultural Palmares, podendo também ser feita por email: luana.tavares@palmares.gov.br. No último dia do evento, serão entregues os certificados com carga horária de 20h/a. As inscrições são gratuitas.
 
Fonte: Blog A terra da Liberdade

6 de mai. de 2012

Qual é a cota para o racismo no Brasil?

                                                      
Recentemente uma notícia me deixou pensativo a constitucionalização do sistema de cotas nas universidades públicas para pessoas negras. Esse foi um assunto sobre o qual eu sempre me policiei na hora de conversar com alguém. De um lado do Brasil há quem comemore, do outro, há quem veja nesse ato uma afirmação de práticas e pensamentos racistas. Tomando a UFAL como exemplo, instituição na qual passei quatro anos, vou discorrer sobre essa “conquista”, limitando-me ao que sei sobre o assunto.

O sistema de cotas surgiu, a meu ver, com a necessidade de aplacar a necessidade da presença de afrodescendentes em nossas universidades, talvez por isso, a princípio, ele foi visto como um símbolo de igualdade, mas, dentro dos quatro anos, muita coisa se mostrou negativa nesse sistema. Primeiramente, o ferimento ao ego das pessoas que optaram por ele, visto que o que mais eu ouvia de colegas de curso era “ah, fulaninho entrou só porque fez com cotas”, como se esse sistema fosse para quem não tinha a capacidade de entrar com esforço e conhecimento próprio.

Outra coisa interessante, na verdade intrigante, era que, a cada ano que passava o número de pessoas que se declarava negra só para concorrer ao sistema, mas que na verdade eram brancas como mandioca, crescia assustadoramente. Sim, pessoal de movimentos sociais, eu sei que a negritude não tem a ver com a cor que tenho, mas com a questão da herança genético-cultural, mas não soa como contradição termos um percentual maior de alunos brancos declarados afrodescendentes do que de alunos negros afrodescendentes ingressando nas universidades? Bem, isso foi no meu tempo e, como disse, no contexto de minha realidade da época.

Outra questão que sempre debatíamos na universidade: por que esse sistema foi implantado e tão defendido? Bem, ao que nos pareceu era porque nós vivemos no Brasil que, apesar de conter um modelo populacional de miscigenação, é um dos países mais racistas do mundo. O sistema, então, surge como uma tentativa de amansar o peso da culpa e de tirar de nossos órgãos culturais e educacionais a marca nociva da herança escravagista que tivemos. Okay, não estou aqui para considerar ou desconsiderar nada, mas é realidade o fato de que abranger possibilidades nem sempre significa ser inclusivo, uma vez que o racismo permanece nas escolas e nos corredores dos mais altos escalões do poder.

Assim, acima dessas soluções paliativas, brilha a eficiência de um governo (e não estou especificando partidos) que, ao ver esse sistema implantado, levanta a cabeça e diz com orgulho: “Estamos fazendo nossa parte”. Bem, como disse a princípio, essa minha visão é calcada no que vivi durante 04 anos na UFAL. A essa altura as coisas têm mudado — espero. Ah, podemos começar a verificar a funcionalidade do sistema averiguando o número de alunos que se declaram pardos (etnia que, para mim, não existe) ao invés de negros quando fazem a inscrição do ENEM. Mas tudo bem, o governo fez a sua parte e, no fim das contas, a consciência é nossa, não?

                                                                                             Tarcísio José Alves de Morais

Fonte: Blog Acorda União



1 de mai. de 2012

Parabens trabalhador brasileiro!!

O Dia do Trabalho é comemorado em 1º de maio. No Brasil e em vários países do mundo é um feriado nacional, dedicado a festas, manifestações, passeatas, exposições e eventos reivindicatórios.

A História do Dia do Trabalho remonta o ano de 1886 na industrializada cidade de Chicago (Estados Unidos). No dia 1º de maio deste ano, milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo dia ocorreu nos Estados Unidos uma grande greve geral dos trabalhadores.

Dois dias após os acontecimentos, um conflito envolvendo policiais e trabalhadores provocou a morte de alguns manifestantes. Este fato gerou revolta nos trabalhadores, provocando outros enfrentamentos com policiais. No dia 4 de maio, num conflito de rua, manifestantes atiraram uma bomba nos policiais, provocando a morte de sete deles. Foi o estopim para que os policiais começassem a atirar no grupo de manifestantes. O resultado foi a morte de doze protestantes e dezenas de pessoas feridas.

Foram dias marcantes na história da luta dos trabalhadores por melhores condições de trabalho. Para homenagear aqueles que morreram nos conflitos, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, que seria comemorado em 1º de maio de cada ano.

Aqui no Brasil existem relatos de que a data é comemorada desde o ano de 1895. Porém, foi somente em setembro de 1925 que esta data tornou-se oficial, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes.

Fatos importantes relacionados ao 1º de maio no Brasil:
Em 1º de maio de 1940, o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo. Este deveria suprir as necessidades básicas de uma família (moradia, alimentação, saúde, vestuário, educação e lazer)

Em 1º de maio de 1941 foi criada a Justiça do Trabalho, destinada a resolver questões judiciais relacionadas, especificamente, as relações de trabalho e aos direitos dos trabalhadores.