Prof. Adriano F. Marques |
As férias estão terminando, o período de lazer chega ao fim, é hora de planejar. Depois de ter descançado nas férias, ter confraternizado, ter feito aquela viagem dos sonhos, em fim, ter reabastecido as energias. Mas um ano inicia, e novas perspectivas surgem. Nem todas as turmas são iguais, nem todo ano letivo é o mesmo. O educador nessa etapa do ano depara-se com novos desafios: uma nova turma, alunos que vivem realidades diferentes ou profissionais que assumem nova função. Seja o que for essas tarefas requer uma prática indispensável, planejamento. No início do ano letivo é hora de abrir as gavetas e as pastas, folhear os livros e cadernos, rever o que progrediu ou retrocedeu são ações que atualiza o profissional. Fazer uma análise de como foi à prática pedagógica de 2010, é na essência do papel do educador, essencial. Essa reflexão possibilita ao educador a nortear o planejamento. Evidentemente não é fácil ser educador em uma sociedade que atualmente convive com realidades gritantes. Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – avaliação criada pelo Ministério da Educação para aferir qualidade de ensino – confirma que o Estado de Alagoas resulta os piores índice de desenvolvimento da educação em 2010 a nível nacional. Isso é lamentável. Porém o educador não pode deixar se angustiar, pois a angustia pode “bloquear janelas de possibilidades”. E estudos têm demonstrado que há vários fatores que acarretam os negativos índices de desenvolvimento na educação, como problemas sociais, desvalorização profissional, falta de estrutura familiar, estrutura escolar inadequada, etc. Mas sabemos que o educador pode contribuir de forma efetiva a triste realidade da educação atualmente. Mudar sua prática, inovar é um dos horizontes que iluminará os caminhos do educador no seu dia a dia. O planejamento é fundamental, o método facilita essa prática, embora não haja receita pronta, dicas eficazes podem contribuir na prática educativa do profissional. O sociólogo suíço Philippe Perrenoual, diz que: “É necessário um método, memória organizada e perseverança”. Com esse pensamento podemos ter plena idéia que planejar requer método. Podemos dizer que inicialmente o planejamento se dá pela pesquisa, se faz necessário ter o espírito investigativo, envolvido constantemente pelo ato de pesquisar. Fazer uso de tecnologias como a internet, leituras de diversos temas fortalece o processo de planejar. Não se pode pensar em mudança na prática educativa sem mudar o hábito de pesquisar. A criatividade é uma característica fundamental na elaboração das aulas, o educador deve deixar fluir a sua veia criativa, e isso faz toda uma diferença no momento sublime em sua sala de aula. Deletar, incrementar, condensar, corrigir, são atitudes que ajudam a sair da rotina, e isso é fundamental. O outro item é estabelecer prioridades e limites. O profissional sabendo do que vai trabalhar ele vai estabelecer o que é prioridades, verificando o que precisa de uma atenção maior, que mudanças e que decisões devem ser tomadas no início do ano letivo. Que limites pode ter, até onde o professor pode atuar. Ter cautela e prudência equilibra a tarefa do educador. Estar aberto para acolher o alunado, encarar com habilidades e competências a realidade do aluno, estabelece vínculos com a escola e a comunidade de forma que a qualidade do trabalho se dá de caráter justo. Quando se tem as mãos abertas e a disposição para encarar os desafios, isso suaviza os conflitos e encoraja para o enfrentamento de problemas. Muitas vezes o aluno não tem culpa de fazer parte dessas realidades sociais. E a escola tem seu papel fundamental para lhe dar com essa problemática. Planejar também requer flexibilidade, replanejar é sempre necessário, apagar e fazer de novo é construtivo e tomar novas atitudes faz diferença. Mudar uma prática que não deu certo é uma atitude de grandeza e generosidade, deve trabalhar sempre alicerçado pela pedagogia da generosidade, pensar em educação é evitar ser estático e imutável. O educador brasileiro Paulo Freire em suas diversas máximas diz “Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós fazemos.” É preciso experimentar, colaborar, fazer, refazer e ter um pensamento reciclável é dessa forma que o planejamento se faz e o compromisso pessoal se concretiza no desejo de aderir novas e eficazes práticas de ensino.
Prof. Adriano Firmino Marques
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