16 de mai. de 2013

Compreendendo a homossexualidade


O desejo por pessoas do mesmo sexo pode surgir bem antes da fase adulta. Com o tempo, meninos e meninas percebem que o ‘normal’ é se interessar por pessoas do sexo oposto. Mas, alguns se veem diferentes por não se sentirem assim e, por isso, acabam ‘entrando no armário’. Muitos não se revelam por receio: sentem-se sozinhos, rejeitados e com quilos de preconceitos. Inibem tais sentimentos por medo de serem marginalizados, e acabam sofrendo com tal opção. 

É preciso deixar claro que os casos homossexuais não nos contam sobre opções. É por isso que muitos julgam incorreto o termo opção sexual. O certo seria dizer orientação, já que tais pessoas são motivadas por um desejo que não controlam. Talvez valha lembrar que orientação sexual não é só sexo. Existem sentimentos, dificuldades e medos que vão além da conotação sexual. É uma atração afetiva, emocional e não puramente sexual. 

A homossexualidade teve sua condenação histórica, já que toda manifestação sexual sem fins reprodutivos foi, e ainda é, severamente condenada. Nisso, a religião exerceu grande papel castrador no negativismo homossexual. Muito da informação que nos chega sobre a homossexualidade é estereotipada ou corrompida. Ainda que nossa sociedade já tenha evoluído em muitos aspectos, quando falamos sobre a homossexualidade, ela se apresenta homofóbica, julgando-os como promíscuos. É preciso rever tais ideias e respeitar os direitos de todos os cidadãos.

 A luta dos homossexuais é enorme para reverter esse quadro. Eles buscam por respeito, mas, ainda assim, são alvo de discriminações e vítimas de uma sociedade heterocentrada, que opera com preconceito para não tratar de forma igualitária aqueles considerados diferentes. 

Mas, é preciso assumir, não só para a sociedade, como para si e para a família. Às vezes, o próprio homossexual é homofóbico, já que é muito difícil extinguir anos de negativismo. Por isso, muitos acabam tendo uma vida dupla, pelo medo de perder o amor das pessoas. Mas, poder assumir para si próprio é anular preconceitos internalizados, ainda que haja um grande medo da revelação, o que vai depender do ambiente, da história de vida e de como a própria pessoa se aceitou. A aceitação varia de acordo com as mensagens que foram recebidas. Mas não se cobre, sair do armário não é um ato único que acontece da noite para o dia. Há quem prefira ir aos poucos. 

Outro fantasma que ronda esse momento é a hora de contar para os pais. Não existe um melhor momento para isso. Ou melhor, o momento ideal é quando você está seguro e tem certeza daquilo que quer e é. Mas, saiba que não há como prever a reação deles. Alguns se ressentem de tal revelação e, como arma de combate, fazem da dependência financeira um argumento para que os filhos mudem de orientação. É preciso paciência pois o processo de assimilação pode demorar anos. 

Às vezes, se a própria pessoa já demora um tempo para se auto-aceitar, os pais também podem não conseguir aceitar de uma hora pra outra. São muitos os que se chocam com tal descoberta, e passam por um momento de grande desgaste emocional. Eles vão precisar aprender com os filhos o que acontece com eles, pois sentem como se estivessem perdendo as projeções feitas ou o sonho de serem avós, por exemplo. 

Outros pais se preocupam com o preconceito social que o filho, por ventura, possa vir a passar, já que ser minoria é se sentir marginalizado, muitas vezes. Já, outros negam tal condição como uma forma de proteger-se das mudanças. Mas, o mais importante a saber é que seu filho continua sendo a mesma pessoa de antes, a única coisa que mudou é que agora você sabe que ele é gay. 

Saiba, também, que o seu filho não está contra você, mas a favor dele. O filho de antes é o mesmo de agora. Não existem culpados por isso, e ninguém fez nada de errado. É uma opção que os pais farão: poderão escolher se querem continuar participando da vida do filho, ou vão negá-lo somente por conta da sua orientação sexual. Os pais podem precisar pesquisar sobre o assunto para entenderem melhor o que está acontecendo com eles e com o filho. 

Há também aqueles que vão procurar por um apoio psicoterápico nesse momento. A psicologia trabalha, auxiliando no caminho para a auto-estima e a auto-afirmação. Um trabalho que visa o entendimento daquilo pelo que a pessoa está passando. Assim, a ajuda de um profissional qualificado é de vital importância para combater as rejeições.

 Mas, desconfie de quem avisa que é possível curar a homossexualidade, até porque tal condição não é uma doença, muito menos um desvio psicológico. Ou seja, a psicoterapia é capaz de fornecer suporte para uma boa aceitação e força para lidar com suas decisões. Não significa apontar saídas, mas possibilitar a reflexão das opções para que possa lidar de uma forma menos traumática com as pressões sociais. 

Fonte: ABC da Saúde



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