24 de jul. de 2011

Quem foi "Platão"?


Nascido em Atenas, as datas de seu nascimento e morte são imprecisas. Platão nasceu aproximadamente em 428-427 a.C. e morreu em 348-347 a.C.. O nome Platão era um apelido, recebido por ter os ombros largos. Acredita-se que seu nome verdadeiro seja Arístocles.
Entre realizações, Platão fundou uma escola em Atenas, a Academia. Ele também escreveu sobre diversos temas como: amor, amizade, política, justiça, imortalidade da alma, coragem e muitos outros.
Discípulo de Sócrates, Platão foi influenciado pelas ideias de seu mestre. A própria maneira de Sócrates ensinar, dialogando com as pessoas, é usada por Platão para expor suas ideias. Os diálogos de Platão possuem Sócrates como personagem principal, e suas falas expressam as ideias a serem transmitidas.
Suas ideias podem ser divididas em alguns momentos. O jovem Platão preocupava-se em defender seu mestre Sócrates (acusado injustamente). Seus primeiros livros são fortemente influenciados por Sócrates, defendendo virtudes e demonstrando falsas análises sobre o tema discutido sem a preocupação de uma conceituação profunda. O interesse maior era o de levar a pensar sobre determinado assunto.
Num segundo momento, Platão passa a buscar conceituações mais profundas e a desenvolver ideias próprias. O começo deste desenvolvimento começa no diálogo Fédon, no qual Platão afirma existir um Bom, um Belo, um Grande etc. em si. Significa dizer que existem ideias independentemente do pensar humano. Estas ideias não são materiais, porém são reais. Além disso, são perfeitas, o que significa que são eternas, não se alteram, permanecendo as mesmas. Para Platão, as coisas que percebemos, os objetos sensíveis, são apenas cópias das ideias (formas) perfeitas. Se há um conhecimento, que não seja o da opinião, este não está no “mundo sensível” (formado pelas coisas que podemos perceber pelos cinco sentidos). O conhecimento está em relembrar as ideias do “mundo inteligível” contempladas pela alma antes de se tornar prisioneira num corpo. Platão trabalha sempre esta noção das ideias como o ideal a ser alcançado e trabalha próximo a isso em sua teoria do conhecimento.
É possível que a passagem mais conhecida de Platão seja o Mito da Caverna, presente no livro A República. Neste “mito” (alegoria) Platão traça o percurso da aquisição do conhecimento, da ignorância até às ideias. Na história, Platão escreve sobre uma caverna na qual prisioneiros vivem em seu interior. Acorrentados de forma que só podem ver o fundo da caverna, vivem de costas para um caminho e uma fogueira. As chamas da fogueira iluminam o caminho e projetam sombras para o fundo da caverna. Com isto, eles só conhecem as sombras. Certo dia uma força obriga um dos prisioneiros a se virar. Inicialmente, a luz da fogueira é muito forte e com o tempo o prisioneiro passa a perceber a fogueira e o caminho, descobrindo que seu conhecimento era muito limitado. A força insiste em levá-lo para fora da caverna. Novamente é preciso se acostumar com a claridade, até o dia no qual é capaz de contemplar o sol. Ele se lembra de seus companheiros e retorna, mas ficou acostumado com a claridade e mal consegue distinguir as sombras. Tenta convencer seus companheiros a sair, porém recusam ao ver que o prisioneiro voltou pior do que quando saiu. Ele insiste, então decidem matá-lo.
Analisando a questão do conhecimento, Platão nos mostra que somos como os prisioneiros, vivendo num mundo das sombras em completa ignorância e ilusão. Porém, através de uma força, a curiosidade, podemos conhecer as coisas, os objetos sensíveis. É preciso, ainda, ir mais longe, ao conhecimento matemático e finalmente contemplar o sol, as ideias. As ideias são o ideal máximo do conhecimento.

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