Por Rodolfo Alves Pena
O processo de favelização é resultante das desigualdades socioespaciais e contribui para intensificar as contradições sociais.
A Favelização e a segregação urbana
são dois processos que estão diretamente ligados. Tais fenômenos são
decorrentes das desigualdades socioeconômicas e dos problemas de
planejamento e gestão urbanos. Além de ser resultante das contradições
sociais, a formação de favelas contribui para a intensificação e
reprodução da segregação socioespacial.
As favelas são normalmente entendidas
como habitações humanas em áreas de morro. Mas, na verdade, favela
designa áreas de ocupação de terrenos invadidos, geralmente pertencentes
ao poder público, que se caracterizam, de modo geral, pela ausência de
infraestrutura, pelos altos índices de violência e pela marginalização
social de seus moradores.
O processo de favelização é decorrente, sobretudo, do processo de inchamento urbano ou macrocefalia urbana.
Entende-se por esse conceito o crescimento desordenado da cidade, sem o
controle estatal, o que contribui para a precarização das condições de
vida na cidade e da incapacidade do Estado de oferecer condições
estruturais para o atendimento das necessidades mínimas de boa parte da
população.
Tal processo é consequência do chamado êxodo rural,
isto é, o processo de migração em massa da população que reside no
campo para as cidades, em virtude do processo de concentração de terras
no meio agrário e da substituição do homem pela máquina no processo
produtivo agrícola.
Assim, muitas pessoas migram do campo
para a cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. Mas
como essas pessoas, geralmente, não possuem mão de obra qualificada,
tudo o que encontram são baixos salários ou filas de desempregados. Sem
opção, essas pessoas se tornam marginalizadas na sociedade, tendo de
recorrer à ocupação de áreas irregulares para garantir condições mínimas
de moradia.
Tal dinâmica contribui, portanto, para o
processo de segregação urbana e favelização, originando áreas que só
ocupam destaques em páginas jornalísticas policiais e que são tratadas
pelos gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a
realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento
habitacional.
Fonte: Brasil Escola
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