26 de abr. de 2013

GEOGRAFIA: Favelização e Segregação Urbana

Por Rodolfo Alves Pena

O processo de favelização é resultante das desigualdades socioespaciais e contribui para intensificar as contradições sociais.

 

A Favelização e a segregação urbana são dois processos que estão diretamente ligados. Tais fenômenos são decorrentes das desigualdades socioeconômicas e dos problemas de planejamento e gestão urbanos. Além de ser resultante das contradições sociais, a formação de favelas contribui para a intensificação e reprodução da segregação socioespacial.

As favelas são normalmente entendidas como habitações humanas em áreas de morro. Mas, na verdade, favela designa áreas de ocupação de terrenos invadidos, geralmente pertencentes ao poder público, que se caracterizam, de modo geral, pela ausência de infraestrutura, pelos altos índices de violência e pela marginalização social de seus moradores.

O processo de favelização é decorrente, sobretudo, do processo de inchamento urbano ou macrocefalia urbana. Entende-se por esse conceito o crescimento desordenado da cidade, sem o controle estatal, o que contribui para a precarização das condições de vida na cidade e da incapacidade do Estado de oferecer condições estruturais para o atendimento das necessidades mínimas de boa parte da população.

Tal processo é consequência do chamado êxodo rural, isto é, o processo de migração em massa da população que reside no campo para as cidades, em virtude do processo de concentração de terras no meio agrário e da substituição do homem pela máquina no processo produtivo agrícola.

Assim, muitas pessoas migram do campo para a cidade em busca de empregos e melhores condições de vida. Mas como essas pessoas, geralmente, não possuem mão de obra qualificada, tudo o que encontram são baixos salários ou filas de desempregados. Sem opção, essas pessoas se tornam marginalizadas na sociedade, tendo de recorrer à ocupação de áreas irregulares para garantir condições mínimas de moradia.

Tal dinâmica contribui, portanto, para o processo de segregação urbana e favelização, originando áreas que só ocupam destaques em páginas jornalísticas policiais e que são tratadas pelos gestores públicos como zonas de violência, e não como áreas para a realização de investimentos em infraestrutura ou remanejamento habitacional.

Fonte: Brasil Escola

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