29 de out. de 2011

Que educação estamos tendo e oferecendo?

Estudantes, Protestam Já!
Por Carlos Senna

Observaram a imagem mostrada acima? O que perceberam? O que há de estranho?

Bem gente, esta charge um tanto engraçada pode ser uma motivação séria para levantar-mos vários questionamentos e reflexões sobre a realidade e conceito de educação vivenciado por milhões de brasileiros como eu e você. Na charge acima aparece a cena de dois alunos, quem sabe bem "politizados", engajados num protesto em reivindicação a melhores condições de ensino para a educação de sua cidade possivelmente.

Na mesma cena aparece a seguinte frase: “Ençino de cualidade!”. Onde percebemos a presença de erros gravíssimos escritos na placa que os alunos levam, e vejam que esses alunos nem se deram conta do absurdo erro que é publicado e dado ao conhecimento de todos que lêem. Mas o que fato está errado? A frase da placa? Os alunos? Ou a educação e o ensino que esses alunos tiveram em anos anteriores?

Caros leitores, não se assustem mas, essa demonstração contida nesta charge é simplesmente um pequeno fragmento da realidade existente a muito tempo no Brasil e em pior estágio nos dias atuais, na vida de nossos alunos e em geral, no sistema publico de ensino que é ofertado as nossos brasileiros que dependem do mesmo para alcançarem um futuro menos doloroso. Poderia eu, enquanto professor e educador deste mesmo sistema de ensino, usar neste texto perfeitas falas recheadas de muita demagogia e vir a defender com todas as minhas forças o ensino publico brasileiro, embora estivesse indo de encontro aos meus princípios éticos compromissados com a verdade e sendo extremamente hipócrita com todos os leitores. Mas, devo honestamente concordar com o conteúdo exposto através desta divertida charge, aos olhos de alguns, e confessar com muita tristeza e revolta que nossos alunos em sua maioria sofrem diariamente com varias dificuldades de aprendizagem, e entre elas, a mais inaceitável, aquela que torna o aluno a vida inteira escravo da forma errada de escrever, ler ou falar, tornando esses alunos iguais máquinas velhas e estagnadas sem condições de alavancar.

São crianças, adolescentes e jovens que mesmo todos os dias dentro das salas de aulas, ainda assim não é o suficiente para aprender de verdade. Como pode alunos tão freqüentes as aulas não conseguirem aprender ao menos o considerado básico que é ler e escrever? Afinal, não é a escola o ambiente mais propício a se buscar isso? Sim. Claro que sim!

Porem o que percebo enquanto educador, é a existência de um verdadeiro “descaso e descompromisso” provenientes de todas as partes e que encontra-se infiltrado a décadas em nossa educação publica. Uma educação com qualidade só vai existir de fato, onde houver compromisso por parte de todos, e quando me refiro a todos, destaco primeiramente a família que sem dúvida precisa ter uma participação mais ativa e cooperativa em parceria com a escola, onde a mesma juntamente com os educadores tem o papel fundamental de determinar as diretrizes e conduzir esses alunos a uma aprendizagem mais qualitativa. Outro integrante importantíssimo, e que considero esses verdadeiros autores de sua própria história, são os nossos alunos. É fundamental a contribuição deles neste processo, esses precisarão entregar-se totalmente, dando o máximo de si e esforçando-se ao nível que for necessário. E por fim, seria impossível não continuar batendo nesta tecla, os nossos representantes políticos, uma vez que nas mãos deles estão os recursos necessários, ou mesmo o poder das decisões que são tomadas em tudo neste país. No entanto, se omitem a fazer e a cumprir o que prometeram nos palanques de comícios em anos de eleição.

Lamentavelmente, sinto em dizer que o fracasso está geral em nossa educação brasileira, indo em uma escala de macro a micro. Começando pelos que podem fazer e não fazem, até mesmo aqueles que querem fazer, porem não conseguem enfrentar sozinhos esse desumano jogo de interesses partidários que rege e alimenta as políticas públicas deste país( que é lenta e ultrapassada), tornando todos em seres humanos incapazes e desorientados, nos deixando mergulhados profundamente num sistema tão absurdo que criteriosamente obriga professores de todo o Brasil a aprovarem alunos sem as mínimas condições de serem aprovados, simplesmente para satisfazer aos caprichos estatísticos estabelecidos pelo governo, onde para o mesmo quantidade se torna mais importante que a qualidade e os bons resultados.

Daí entende-se o motivo que levam tantos alunos a estarem simbolicamente ocupando algumas cadeiras na sala de aula, sem nenhuma garantia de que sairão capazes e qualificados para o tão competitivo mercado de trabalho, que a cada dia desafia a todos independente de classe social ou cor, e que obriga a lutar aqueles que querem vencer.



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