“A escola precisa mudar muito. Precisa evoluir muito em questões pedagógicas, nos métodos de ensino, no próprio relacionamento dos professores com os alunos”, afirma o professor da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) Evandro Camargo Teixeira. Ele defendeu, neste ano, uma tese de doutorado sobre as relações entre violência e abandono e desempenho escolar.
“Não é uma questão de coerção. Isso não vai acabar com o problema. Não adianta colocar a polícia. Ela vai lá para tentar resolver o problema que acabou de acontecer. É preciso uma política de conscientização de todos os setores”, afirma Teixeira.
Para Paulo Carrano, professor da Faculdade de Educação da UFF (Universidade Federal Fluminense), não houve muitas mudanças nas escolas nos últimos anos. “A disciplina escolar não mudou muito, a disposição das carteiras na sala não mudou muito”, diz.
Professor
Essas mudanças, afirma Carrano, também devem passar pelo professor. “O manda quem pode, obedece quem tem juízo, tem que ter lugar a outro tipo de autoridade. Os professores mais escutados pelos alunos são os que têm a autoridade do saber, que sabem o que estão dizendo, e os que têm a autoridade do afeto, que escutam, que dão valor às experiências que os alunos já trazem. O que consegue juntar as duas é o melhor professor.”
De acordo com o especialista, é preciso um esforço para entender as razões das atitudes violentas. “Os episódios de violência contra os professores poderiam de fatos ser diminuídos com ações que investissem mais na busca da compreensão de porque que surge o fenômeno da violência, do bullying. Se a gente não entender o que gera esse comportamento, não vamos ter soluções eficazes”, diz Carrano.
Família
Evandro Teixeira afirma também que é fundamental um acompanhamento de perto da família. “O próprio aluno se sente mais seguro se a própria família está participando”, diz. Carrano concorda: “As crianças reproduzem aquilo que elas levam. Se as boas maneiras não aconteceram na família, a escola tem um problema.”
Fonte: http://noticias.uol.com.br/
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