13 de jan. de 2011

O racismo e a escola

Em nossa sociedade o racismo se estabeleceu em diferentes espaços, posterior a chegada dos grupos étnicos provenientes da Europa e da áfrica, atingindo os povos africanos como forma de hierarquizá-los diante da soberania colonizadora européia.
Atualmente testemunhamos diferentes faces do racismo, dentre as quais destacamos, as relações sociais estabelecidas no âmbito educacional, onde a escola diante da cultura de hierarquização tem sido espaço de diferenciação no sentido de disseminar conceitos que inferiorizam determinados grupos sociais em detrimento de outros. Esses grupos inferiorizados, em sua maioria são oriundos das classes populares, e são etnicamente identificados como afrodescendentes. Para a perpetuação das relações racistas, a escola ainda utiliza recursos variados como: livros didáticos, tratamentos que segregam, um discurso da não-diferenciação que falsamente invisibiliza as diferenças, e utiliza também o currículo oculto que estrutura o não-dito, ou seja, superficializa temáticas como: preconceito, racismo, raça, gênero, sexo, entre outros, além do tratamento irresponsável frente a algumas informações. Sabemos que vários livros didáticos, através de imagens, termos, e lacunas históricas contribuem para a construção de um imaginário que distanciam grande parte da população do processo histórico de formação da sociedade brasileira, desta forma, os indivíduos das classes populares dificilmente se reconhecem como sujeitos. Nesse contexto, o silenciamento ou discurso da superficialidade, contribuem para o arraigamento das relações racistas no espaço escolar.
A escola também contribui para que determinados grupos sociais se configurem como hierarquicamente superiores, a exemplo das relações sociais de gênero e étnicas, principalmente quando privilegia a disseminação de histórias e contos de tradição européia, onde as personagens são brancas com uma posição social privilegiada, pois cria um ambiente propício a violência. Neste caso, cria uma forma simbólica de violência estruturando uma imagem negativa dos descendentes de negros e indígenas, e estrutura um imaginário de perfeição e beleza distanciado do perfil que circunda esses grupos étnicos.
Essa violência no âmbito da sala de aula também ocorre contra a mulher através dos conceitos e tratamentos atribuídos aos diferentes gêneros, quando é exigido das meninas cadernos organizados, movimentos comportados, e atitudes de tolerância, diferente das posturas exigidas dos meninos, cabendo aos mesmos, atitudes de liberdade, desorganização e intolerância, considerando-se em muitos casos, alheios as regras. Essas situações limitam as possibilidades de desenvolvimento das meninas, sendo mais uma forma de violência.
 
Fonte: Blog da professora Márcia Suzana

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