16 de jan. de 2011

A pedagogia do diálogo e o ato de liberdade

Paulo Freire
Paulo Freire sempre esteve à frente de seu tempo e apesar de se referenciar no marxismo e na fenomenologia existencial, ele não se limita às mesmas, de forma alguma essas funcionam como uma camisa de força para este educador visionário. Criando um pensamento pedagógico único e totalmente original, suas ideias se espalharam pelo mundo através de seus escritos. Ele não separava a educação e a política. Para ele a educação é um ato político. Para Freire “a leitura da palavra deve ser inserida na compreensão da transformação do mundo” (Freire, 1989), ou seja, ao se viabilizar a leitura da palavra, o educador estaria ao mesmo tempo levando o educando a ler o mundo, isto para ele é um ato político, pois está ligado a mudanças políticas e sociais.
Paulo Freire acredita que o dado fundamental das relações de todas as coisas no mundo é o diálogo. O diálogo é o sentimento de amor tornado ação, o diálogo amoroso, que é o encontro dos homens que se amam e que desejam transformar o mundo.
Segundo Freire, o diálogo não é só uma qualidade do modo humano de existir e agir. O diálogo é a condição desse modo, é o que torna humano o homem. O relacionamento professor aluno precisa estar pautado no diálogo, ambos se posicionando dos sujeitos no ato do conhecimento numa relação horizontal. O autoritarismo tradicional que permeava a relação da educação tradicional precisa ser banido para dar lugar à pedagogia do diálogo. Contudo esta relação horizontal não acontece de forma imposta, ela ocorre naturalmente quando educando e educador conseguem se colocar na posição do outro, tendo a consciência de que ao mesmo tempo são educandos e educadores.
Na pedagogia do diálogo insere-se também o conceito de educação para Freire, onde ninguém sabe tudo, ninguém é inteiramente ignorante. A educação não pode ser diminuidora da pessoa humana, precisa levar à redenção. Por isso uma educação que reprime não é a que redime. Para Freire nós nos educamos em comunidade. Sua busca era por uma educação comprometida com os problemas da comunidade, o local onde se efetivava a “vida do povo”. A comunidade para ele era o ponto de partida e de chegada.
Portanto, a Educação é um processo permanente, ela não se esgota nos minutos de cada aula, não se prende aos muros escolares, exatamente porque não acontece exclusivamente na escola. Segundo Freire, nos educamos a vida inteira até o momento da morte para ele se constitui num ato educativo.

Fonte: Blog "convite a geografia"


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