4 de jan. de 2011

Sexualidade e AIDS: sugestões de como abordar tais temas na escola

A AIDS (Acquired Immune-Deficiency Syndrome), ou síndrome da imunodeficiência adquirida, é uma doença cujo causador é o vírus da imunodeficiência humana (em inglês, Human Immunodeficiency Vírus, HIV). Ele compromete os linfócitos T, que são células responsáveis pela imunidade da pessoa, podendo provocar a sua morte em razão da ação de doenças que, em indivíduos com a saúde não debilitada, não causariam o mesmo.
Outrora se manifestando com maior expressividade em certos grupos específicos, a AIDS hoje se mostra mais “democrática”, afetando crianças, jovens e adultos; mulheres e homens; heterossexuais e homossexuais; solteiros e casados. Outro fato que mudou nos últimos anos foi a forma de se encarar a doença. Tempos atrás, seu diagnóstico era basicamente uma sentença de morte. Hoje, com o avanço da medicina e quebra de muitos tabus, principalmente em relação ao seu contágio, pessoas infectadas podem ter uma expectativa de vida maior e com muito mais qualidade – o que não significa que esforços não devem ser feitos para reduzir ao máximo o número de pessoas portadoras do vírus.
É fato que adolescentes têm iniciado sua vida sexual cada vez mais cedo, e que, por outro lado, tal grupo é bombardeado a todo o momento com inúmeras informações, nem sempre corretas e muitas vezes permeadas de preconceitos e falsos valores, não raramente tratando o sexo como mercadoria. Além disso, são poucos os pais ou responsáveis que se preocupam em orientar esses jovens quanto à sexualidade.
Diante desses fatos, e considerando a escola um dos poucos espaços em que os adolescentes têm condições de trocar informações, é importante que tal instituição se preocupe em fornecer informações referentes à sexualidade aos seus alunos, até porque é uma forma de prevenir problemas sérios, como a discriminação de gêneros, homofobia, violência sexual, gravidez na adolescência, e as doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para a AIDS. Mais que isso, tais informações devem gerar reflexões e experimentações, ou seja: instigar o aluno a encontrar os caminhos reais para lidar com essa temática de forma produtiva.
O tema "Orientação Sexual" é contemplado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, como um dos temas transversais a serem trabalhados nas escolas. Para que tal trabalho seja feito com êxito, é necessário que seja um processo contínuo, e que englobe, além dos aspectos biológicos, questões afetivas e emocionais; além de criar um espaço para que anseios e angústias possam ser discutidos e, quem sabe, sanados. Para tal, é interessante considerar os aspectos socioculturais das pessoas em questão, utilizar uma linguagem acessível e espontânea, e respeitar as diferenças, evitando clichês e também piadas ou sugestões que reforcem a errônea ideia de superioridade entre um grupo frente a outros e/ou relações de poder presentes nas interações sexuais.
Um trabalho conduzido dessa forma permite que os temas surjam com naturalidade, de acordo com a demanda dos envolvidos e ações relativas ao respeito a si mesmo e ao outro, assim como à prevenção de gravidez não planejada e DSTs, ocorram de forma espontânea e natural. Isso significa deixar de lado a ideia do “não faça” - até porque a realidade de muitos jovens não é essa, e considerar o “se fizer, faça com responsabilidade”; incluindo também maneiras de se trabalhar os mitos e resistências emocionais e culturais que impedem os jovens sexualmente ativos a praticarem tal ato de forma segura.
Alguns pesquisadores na área sugerem a implantação da matéria específica, semanalmente, a partir da quinta série do Ensino Fundamental, assegurando sua continuidade e regularidade e adequação a grupos etários específicos. Já outros creem que seja uma boa ideia trabalhá-la como um tema transversal, mas sempre garantindo a realização de encontros semanais entre os professores e coordenadores, a fim de discutir os avanços e desafios do trabalho. De qualquer forma, é importante que os educadores envolvidos tenham o cuidado de não tratar o tema como algo mecânico e tampouco como um conjunto de regras descontextualizadas.

Fonte:Brasilescola.com

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